POEMAS DE BENEDITO BATISTA PERREIRA, FOI VEREADOR EM AMARANTE EM 1963

ODE DE AMOR
A minha dor estanca
quando teus olhos enfloram-se num sorriso
e meus erros são purificados
nas emanações de tua alma pura.
Encantam-me teus olhos...
Teus olhos tão negros!
refletores de candura
e de nobres sentimentos recônditos.
Fazem-me grandioso e bom
as tuas atitudes generosas
e significam, para mim,
o meu regresso ao eterno ciclo do bem.
Pasmo embevecido
ante a lépida imagem
do teu corpo airoso
e torno-me surrealista
ante a maravilhosa paisagem
que a tua alma sugere ao teu redor.
Adoro em profundo êxtase
as tuas mãos abertas
espargindo carícias eternas
ou unidas sugerindo preces.
Eis que:
o meu amor é puro em essência
porque é pleno de grandezas,
não possui temores
nem se esconde nas sombras...
é infinito porque não tem dúvidas.
O meu amor inflama-se na tua cólera
arde febrilmente no teu ódio
e aplaca-se quando tu cantas.
Por fim,
o meu amor materializa-se em mim
e eterniza-se em ti.                          


NOSSO AMOR DISPENSA O VERBO
Eis-me triste e sofredor
Longe do teu corpo em flor
Sem sorrisos de alegria
Sem os teus olhos, Maria.
Tardes Inteiras sozinho
Noites insones sem ti
Meu coração - passarinho
Igual o de um colibri.
Eu ontem... Que lindo sonho!
Agora só... E tristonho...
Quanta amargura! Que dor!
Minha esperança de vida!
Em tua ginga, querida:
Nenhum verbo... Só amor!


TRISTE MENSAGEM DE NATAL
A flauta e o sabiá choram comigo
A amargura desta solidão
Terrível solidão... Cruel castigo!
Há muito importo ao meu coração.
Triste dueto: flauta e sabiá
Da varanda da casa e do quintal
Um junto de mim... O outro onde está
Transmitem-me a mensagem de Natal
Natal em fim de século e milênio
Natal de fim de vida de boêmio
Natal sem amor... Rico de tristeza...
Cuja árvore em breve cairá
Sem o lindo canto do sabiá
Sem flauta... Sem ternura... Sem beleza.


O QUE TU VAIS ME DIZER?
Essa lua maviosa
que embranqueceu meu cabelo
vai demorar muito tempo
para pratear o teu.
Essa nuvens bem branquinhas
que se espalham no céu
vão alvejar muitas tardes
que te causarão saudades
dos beijos que te roubei.
Essa paisagem amena
que aos teus olhos acena
se o vento soprar forte
sacudindo-a sem parar
dirá bem no teu ouvido:
o teu amor vai voltar.
Porque toda a natureza
desde a terra ao sétimo céu
proclamará em voz alta
que somente o teu sorriso
tem a força e o poder
de destruir meu sofrer.
Tu sabes como ninguém
como ninguém, sabes bem
que minha única esperança
depende exclusivamente
do que tu vais me dizer...   

Benedito Batista Perreira

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