E AGORA, AMARANTE DO MARANHÃO?

Para parafrasear Patativa do Assaré é preciso contextualizar apriore. Lendo o jornal O Progresso, de Imperatriz/MA, edição de hoje, fiquei curioso com um texto da coluna Bastidores, de Coriolano Filho, cujo título denomina-se: "E agora, Amarante?". Uma dissintonia com a realidade não só de Amarante do Maranhão/MA, mas de todo o norte e nordeste e porque não dizer de toda a história de nosso querido e rico continente. A bem da verdade, nunca é fácil tratar da questão indígena, porque não são apenas quinhentos anos que os colocam a par da história do Brasil, deduzo que é bem mais do que isso. Bem, a demarcação da reserva indígena Krikati não reduziu o município de Montes Altos à sua sede, justamente porque os habitantes da terra indígena Krikati são munícipes de Montes Altos e muito mais legítimos do que todos os outros e, portanto, integram também o município e o fazem com muito mais responsabilidade que os fazendeiros. Em se tratando do patrimônio que, como diz Coriolano Filho, "que já haviam passado de pai para filho, para neto ou bisneto", é bom frisar de que forma tais ancestrais conseguiram a posse de tais terras. Creio que não foi com sangue, suor e lágrimas de um sertanejo, mas com muito mais sangue tirado dos que já a possuíam e foram arrastados para fora dela do que o contrário. Por fim, utiliza-se - o colunista - de uma reflexão regada de Patativa do Assaré... E, por sinal, muito mal colocada. Bem, o sertanejo a que Patativa se refere é o pobre do sertão que sofre com a seca, com a fome feroz, que está longe de ser comparado com os fazendeiros que poderão "perder" terras avaliadas em 1 milhão e meio no município de Amarante do Maranhão/MA e que, muitas vezes já entraram em conflitos com as pequenas famílias campesinas nessa mesma região e que foram expulsas de suas terras para viver na miséria na sede de Amarante do Maranhão e servir aos madeireiros, tendo que se submeter ao trabalho "análogo" ao escravo - que são fazendeiros e donos de serrarias.