ESTUDANTES DE ILHÉUS VALORIZAM AÇÕES DO PROJETO RONDON 2012 EM AMARANTE

De um modo geral, os estudantes e professores da Faculdade de Ilhéus que foram participar da operação Babaçu doProjeto Rondon 2012, coordenado pelo Ministério da Defesa, em Amarante do Maranhão,município de aproximadamente 40 mil habitantes,no Maranhão, avaliaram a experiência extensionista como muito positiva para a formação superior e para a vida de cada um, de modo especial. A Operação foi realizada entre os últimos meses de janeiro e fevereiro.

Fizeram parte da equipe as professoras Cristiane Nunes (participou do projeto pela sexta vez), do curso de Administração, e Silvana Vieira Lins, de Direito, e os estudantes Camila Sandes Simões, de Administração, Carlos Henrique Souza Gundim e Gabriel dos Santos Machado, do curso de Direito, Catharina Cordeiro Fernandes e Fábio Andrade dos Santos, de Nutrição, Lorena Feitosa Zugaib, de Enfermagem, e Tassiane Cardoso Almeida, de Ciências Contábeis.
O aluno Gabriel Machado destacou, durante a reunião de avaliação ocorrida na Faculdade, as oficinas de elaboração de projetos e deGestão Pública, que contou com a presença de servidores públicos. “Nessa oficina, a gente pôde contar com a participação de membros do Poder Público, inclusive assessores e secretários da Prefeita, quando mostramos projetos que poderiam ser elaborados para o bem-estar social da própria comunidade. Também foi importante a oficina de estruturação deuma associação comercial, pois lá o poder do comércio é muito grande”, acrescentou.
Lorena Zugaib, que cursa Enfermagem, disse que a oficina Educação Ambiental para professores, ministrada com Fábio Andrade, foi superprodutiva. “Depois a gente fez as oficinas sobre a água, o lixo e a reciclagem, porque lá eles não têm saneamento básico, nem rede de esgoto. Então, tudo é muito difícil em relação a isso, e as doenças são mais propícias a acontecerem”, declarou, ressaltando ainda o interesse das pessoas pela oficina de artesanato.
- Então, as meninas ensinavam a fazer artesanato e nós ensinávamos a contabilidade, como formar o preço de venda. Isso era o legal do projeto, era a interação, todo mundo trabalhava junto e o mesmo público que participava de uma oficina agente encaminhava para outra. Tinha uma família que acompanhou a gente, que viajava todos os dias 26 km pra ir nossas oficinas, só pra poder ver a gente – contou a estudante Camila Simões, de Administração.

Cada estudante falou de sua experiência em Amarante do Maranhão, pelo Rondon.
“Uma coisa que a gente se preocupou em fazer foi incentivar aformalização ea organização dos trabalhadores de lá. Acho que foi a maior oficina do projeto, durante três noites seguidas. Com Camila falei sobre o microempreendedor individual, e com Henrique tratamos sobre associativismo,também para mulheres, que são, na maioria, quebradeiras de cocode babaçu, e a gente deu muitas orientações”, informou Catarina Fernandes, do curso de Nutrição. A equipe também realizou oficinas em duas aldeias indígenas.

Emoção – Os alunos Lorena, Fábio e Henrique contaram da emoção que sentiram ao ver o permanente interesse de um menino chamado William para tocar violão, “porque o sonho dele era aprender a tocar”. Segundo Fábio, durante tempo todo queagente estava fazendo as palestras, as oficinas, ele ficava passando amão no violão. “Quando eu era pequeno – contou Fábio – o meu pai quis me dar um violão e eu disse a ele que não.Então, aprimeira coisa veio na minha cabeça, foi o meu pai falando comigo e eu dizendo que não. Aquilo me deu vontade de chorar muito forte, e depois, no dia do encerramento,chorei por causa disso, fiquei pensando naquilo por muito tempo”, acrescentou.
Catarina disse ainda que no assentamento onde ensinousobre a manipulação de alimentos, “repetíamos sempre a importância da higienização das mãos. Então a gente sempre ensinava e simulava a pia, outro a torneira, para mostrar a forma correta de lavar as mãos. Foi uma grande surpresa quando fomos almoçar na casa dos assentados e, chegando lá, a dona da casa nos chamou pra lavar as mãos e verificamos que a casa não tinha pia, não tinha torneira, então, era um balde e uma bacia onde a gente pegava um canequinho e lavava a mão. Foi aquele choque de realidade: a gente estava ensinando a forma correta de lavar as mãos, abrir a torneira, evitar o desperdício de água, ou seja, falando de umacoisa e quando a gente foi ver a realidade era completamente diferente”, afirmou.
Na avaliação de Gabriel, que é intérprete de libra em dois colégios públicos de Ilhéus, e que integrou também a equipe da Universidade de Marília em uma oficina sobre inclusão social, ele se sentiria mais útil em Amarante que em Ilhéus. “A vontade de voltar é essa, pra me sentir útil socialmente, para tentar colaborar com alguma coisa.A gente associa felicidade às coisas materiais, ao nosso bem-estar, aos objetos que nos cercam, e não observamos o conforto que a gente tem. Lá, percebemos que a gente consegue ser muito feliz com coisas muito mais simples, como a amizade e a troca de experiências”, concluiu.

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