Empresário que emprestou imóvel a Geddel foi denunciado em ação sobre prejuízo de mais de R$ 600 milhões na BA


Segundo MP, empresa de Silvio Silveira foi contratada irregularmente para prestação de serviços. Ação aguarda julgamento na 8ª Vara da Fazenda Pública.

Por G1 BA


Digitais de Geddel são encontradas no local de malas de dinheiro
O empresário Silvio Silveira, que admitiu em depoimento à Polícia Federal ter emprestado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima o apartamento, em Salvador, onde foram encontrados mais de R$ 51 milhões, já foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) em uma ação para investigar um prejuízo de mais de R$ 600 milhões à Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), ligada ao governo do estado, por conta de irregularidades em contrato para a realização de obras entre 2002 e 2006.
Silvio, que é ligado ao ramo da construção civil e relatou à PF ser um "conhecido" de Geddel, ainda responde à essa ação, que aguarda julgamento na 8ª Vara da Fazenda Pública, em Salvador, segundo informou, nesta quarta-feira (6), o MP.
Ele foi denunciado porque uma empresa ligada a ele, a Silveira Empreendimentos, teria sido contratada irregularmente para prestar serviços à Ebal. O G1 não conseguiu contato com a defesa de Silvio até a publicação desta reportagem.
O prejuízo à Ebal foi causado, segundo o MP, após a contratação de uma empresa para realização de obras e serviços relacionados à área de engenharia. No período de outubro de 2003 a dezembro de 2006, essa empresa teria recebido cerca de R$ 42 milhões da Ebal.
Prédio onde fica apartamento supostamente usado por Geddel é situado no bairro da Graça, em Salvador (Foto: Alan Oliveira/G1)Prédio onde fica apartamento supostamente usado por Geddel é situado no bairro da Graça, em Salvador (Foto: Alan Oliveira/G1)
Prédio onde fica apartamento supostamente usado por Geddel é situado no bairro da Graça, em Salvador (Foto: Alan Oliveira/G1)
A empresa contratada teria subcontratado, de forma irregular, outras companhias, entre elas a Silveira Empreendimentos, para realização de serviços não previstos no contrato. O MP também aponta irregularidades na prestação de serviços de informática, publicidade e propaganda, de gestão de pessoal, compras para revenda e transporte de mercadorias.
As irregularidades, praticadas por administradores da Ebal foram denunciadas em 2008 pelo MP, que ingressou com ações contra mais de 100 pessoas físicas e jurídicas, incluíndo Silvio Silveira. A apuração das irregularidades, no entanto, foi iniciada em dezembro de 2006.
O prejuízo, segundo o MP, resultou em uma crise financeira de "proporções gigantescas" que quase leva ao fechamento da Ebal, constituída em 1980. Parte da empresa foi suspensa, já que, conforme o MP, a Ebal já não conseguia abastecer devidamente as 425 lojas da Cesta do Povo no Estado.
O MP também apontou existência de contratos com dispensa de licitação irregular e desvirtuados, sendo contratadas empresas, muitas delas irregulares ou inexistentes, que repassavam notas fiscais com valor a mais. Esses contratos, segundo o órgão, envolviam a suposta realização de obras e serviços diversos, sendo constatadas várias prorrogações e acréscimos contratuais equivocados. Na época, as irregularidades foram alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Nas ações abertas, o MP pediu a indisponibilidade de bens de todos os acionados, após constatar que a crise da Ebal não combinava com os repasses milionários que o Estado fazia para a empresa a título de adiantamento para aumento de capital. Esses recursos, segundo o MP, eram utilizados para pagamento de pessoal e custeio de outras despesas correntes, burlando a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Prisão de Geddel (Foto: Editoria de Arte/G1)Prisão de Geddel (Foto: Editoria de Arte/G1)

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