Substituído na CCJ, delegado Waldir diz aos berros que governo Temer é ‘nojento’

Com o troca-troca, oito deputados deixaram o colegiado nesta 

BRASÍLIA — A sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara começou tumultuada. Trocado pelo PR, o deputado delegado Waldir (PR-GO) começou a gritar que tinha sido substituído de forma injusta e que soubera pela imprensa. Ele começou a gritar enquanto era estimulado pelo deputado Major Olímpio (SD-SP), que também foi substituído pelo Solidariedade. Apesar da reação, os deputados do PR foram sim consultados pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto, que comanda o partido. Valdemar disse que os cinco votos do PR seriam a favor do presidente Michel Temer.
— Esse governo é um lixo! É nojento! É um governo de bandido, acabou — gritava o delegado Waldir, em frente às câmeras.
É uma forme de tentar pressionar o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que indeferiu todos os pedidos da oposição e disse que será "rigoroso"com o tempo.— Olha o tempo, presidente!
Pacheco respondeu ao questionamento do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) sobre a recusa de convidar o procurador-geral Rodrigo Janot. O próprio STF negou pedido da oposição para que foi à Corte tentar garantir que fosse ouvido.
— Não é cabível essa opção (de convidar Janot). E a defesa oral (do advogado de Temer) está prevista no Regimento da Casa — disse Pacheco.
O artigo 217 do Regimento da Câmara esclarece os passos de uma denúncia contra o presidente Temer em questão penal. A denúncia é apresentada, e há a previsão de manifestação oral da defesa.

O deputado delegado Waldir (PR-GO) - Divulgaçãio/Câmara dos Deputados
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) criticou as trocas.
— Isso é vergonhoso — disse Ivan Valente.
— As trocas são um direito dos partidos — rebateu Pacheco.
— É a tropa do cheque não de choque — treplicou o deputado Major Olímpio, que virou suplente, diante das reclamações do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), da tropa de choque de Temer.
Alceu Moreira reclamou das tentativas da oposição de atrasar os trabalhos, com questões de ordem e reclamações.
— Que respeitem o regimento — disse Alceu.
VAIAS DE ALIADOS
Outro revoltado com sua substituição, o deputado Major Olímpio (SD-SP), pediu a palavra para reclamar da decisão do seu partido. Ele acusou o presidente e o governo de serem criminosos. E disse que os substitutos foram comprados.
Ao começar a ser vaiado por aliados de Temer, Major Olímpio ficou ainda mais nervoso e disse que quem vaiava estava sendo pago para vaiar. Na verdade, o deputado queria sugerir que após protocolada a defesa do presidente fosse impossibilitadas novas trocas de membros. No total, foram trocados pelo governo oito membros titulares por substitutos mais determinados a votar a favor de Temer.
— É a primeira vez que temos um presidente criminoso a ser julgado. Minha questão de ordem é pela não possibilidade de ser movimentado um membro após ter sido dada entrada a defesa. Não é o meu caso, porque fui arrancado antes. Os substitutos foram comercializados indignamente. Quem tá vaiando tá recebendo para vaiar, criminosos! — discursou Major Olímpio
— Eu nada posso fazer, pois é prerrogativa dos partidos fazer as substituições — respondeu Pacheco.

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